Brasilia, 30 de abril (EFE).- A secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, se reuniu ontem com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Fernando Figueiredo, que lhe garantiu o «pleno compromisso» do Brasil com a comunidade formada por América Latina, Espanha, Portugal e Andorra.
Após a reunião com Figueiredo, Grynspan disse à Agência Efe que o ministro «concordou» que a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) «deve mudar» e que a etapa de cúpulas bienais que começará a partir da próxima cúpula do México representa o momento «ideal» para isso. Segundo Grynspan, «a América Latina avançou muito tanto no político, como no econômico e no social», e na região surgiram diversos mecanismos de integração, entre os quais citou a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados da América Latina e o Caribe (CELAC). Em sua opinião, «a SEGIB deve complementar esses organismos e não competir com eles», aos quais entende que deve corresponder o «espaço político» regional próprio da América Latina. Sobre o papel da Secretaria, considerou que deve concentrar-se mais nos aspectos de cooperação, assim como nas áreas «cultural e de educação e inclusive empresarial», nas quais a SEGIB construiu «um valor que é importante preservar». Segundo Grynspan, Figueredo «entendeu muito bem essa proposta, a compartilhou e assegurou o pleno compromisso do Brasil» para levá-la adiante na nova etapa que começará após a próxima Cúpula Ibero-Americana do México, que será a última anual. A secretária ibero-americana considerou que o fim das cúpulas a cada ano será uma espécie de «respiro» para a comunidade e para os próprios chefes de Estado e de governo. «Os presidentes se reúnem em muitos espaços. Hoje há muitas cúpulas e não podem fazer o papel de reunião em reunião», comentou. Grynspan também sustentou que a própria SEGIB terá tempo para «trabalhar com mais profundidade» e chegar a cada uma das cúpulas bienais «com coisas muito mais concretas para apresentar aos chefes de Estado».