Santiago do Chile, 29 de maio de 2014 (EFE).- O Chile irá propor a abertura da Aliança do Pacífico, integrada também por Colômbia, México e Peru, a outros países da região, incluindo os da vertente atlântica, como Brasil, Argentina e Uruguai, indicaram fontes oficiais.
O ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, viajará para a Cidade do México para participar da 11ª Reunião do Conselho de Ministros da Aliança do Pacífico, que será realizada amanha.
Nessa reunião, o chefe da diplomacia chilena apresentará a seus parceiros diversas iniciativas "para desenvolver uma agenda de diálogo da Aliança com os demais Estados da região", anunciou hoje oficialmente a chancelaria.
Previamente, na quinta-feira, o ministro Muñoz terá encontros com seus colegas da Colômbia, México e Peru, assim como com os respectivos ministros de Comércio.
Em paralelo, o diretor-geral de Relações Econômicas Internacionais do Chile, Andrés Rebolledo, participará de uma reunião do grupo de alto nível da Aliança do Pacífico, para preparar a reunião ministerial.
Antes de partir rumo à capital mexicana, o chanceler chileno manifestou hoje que a política externa do governo da presidente Michelle Bachelet "tem alguns princípios fundamentais de continuidade, mas também tem elementos de mudança".
"Talvez o elemento principal de mudança seja a intensificação dos laços com a América Latina e Caribe, particularmente com a América do Sul", destacou.
Muñoz fez esta reflexão durante uma aula magistral perante embaixadores e o corpo diplomático por ocasião da inauguração do ano acadêmico da Academia Diplomática Andrés Bello, que é dirigida por Juan Somavía, ex-diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Queremos voltar a ser protagonistas da política regional, não só por uma questão de tradição, de histórias comuns, mas porque podemos falar ao mundo da América Latina", afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Segundo Heraldo Muñoz, as diferenças não são um obstáculo para encontrar um olhar comum entre os países da América Latina.
"A política externa não terá viés ideológico. Terá um viés pragmático; teremos um compromisso com a região e com nossos vizinhos, respeitando a diversidade, que não impede a convergência", asseverou.
O ministro falou também sobre o fortalecimento da participação nos foros nos quais o Chile está presente, como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
"Por isso mesmo seguiremos participando ativamente da Aliança do Pacífico, que é uma plataforma econômica, de integração em diferentes planos e que não é um bloco excludente ou antagônico de outras instâncias de integração ou de busca de cooperação", especificou.
O chanceler acrescentou que a política externa chilena não se esgota na região.
"É uma política de abertura ao mundo e a Ásia-Pacífico ocupa um lugar muito importante, porque é o horizonte do futuro e o Chile pode ser o país ponte ou porto para essa região do mundo, mas temos que fazer isso com outros como países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil", concluiu.