Brasilia, 7 de fevereiro (AFP)- Uma comissão técnica do MERCOSUL se reunirá nos dias 12 e 13 de fevereiro em Caracas para compatibilizar a oferta que apresentarão à União Europeia em busca de um acordo comercial, informou o chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo.
"Vamos ter, nos dias 12 e 13 de fevereiro, uma reunião técnica em Caracas para compatibilizar as ofertas (...) para que possamos o mais rapidamente possível, apresentar os termos à parte europeia, e fazer a troca de ofertas", disse o chanceler à Comissão das Relações Exteriores do Senado, embora não tenha informado quando seria essa troca.
"Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai estamos comprometidos com esse acordo", afirmou Figueiredo, em meio a dúvidas de que Buenos Aires possa ficar fora da negociação por desacordos nas ofertas. A Venezuela já antecipou que não participa das negociações.
Fontes diplomáticas informaram à AFP que a reunião dos presidentes dos países membros do MERCOSUL provavelmente será realizada no final de março, e não em fevereiro como tinha antecipado o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga.
Anteriormente, o chanceler uruguaio Luis Almagro tinha dito que o MERCOSUL está "bem mais adiantado" que a União Europeia na elaboração de sua oferta, embora naquela oportunidade tenha admitido que não estava resolvido se o bloco sul-americano apresentaria uma oferta conjunta.
A troca de ofertas estava prevista para dezembro de 2013, mas a UE pediu para postergá-la para janeiro de 2014. No mês passado, os europeus pediram ao MERCOSUL que esclarecesse que países do bloco estavam participando da negociação.
Os países sul-americanos trabalham para conseguir uma oferta tarifária conjunta para apresentar à UE, com a dificuldade de que a proposta apresentada pela Argentina é muito menos ambiciosa que a do restante dos países do bloco e diminui o nível de cobertura que o MERCOSUL busca.
Após uma suspensão de seis anos, a UE e o MERCOSUL retomaram em 2010 as negociações para encerrar um acordo de livre comércio entre ambos os blocos.
As medidas protecionistas adotadas pela Argentina - denunciadas pelos Estados Unidos e a UE na Organização Mundial do Comércio (OMC)- e a suspensão temporária do Paraguai do bloco em 2012 pela destituição do então presidente Fernando Lugo atrasaram as conversas.